domingo, 28 de setembro de 2014

ENIO MAINARDI


 Enio Mainardi
O CORREDOR DA MORTE
Vamos andando pela vida e as preocupações do cotidiano obliteram o que teimamos em não enxergar. Mas sabemos, ainda que inconscientemente, quando chega uma ou outra carta registrada avisando que nosso tempo está quase terminando. O Natal é assim, uma data melancólica. Cada Aniversário, com sua cantoria de happy birthday, um aviso prévio. Ano Novo e os sinos tocam por você, Hemingway, acho. E agora temos uma nova data: as eleições. Talvez nunca, em minha vida, tive uma sensação tão deprimente como agora nas eleições. Todos nós dependemos de todos. Por mais que façamos, somos ninguém frente à massa manobrável dos alienados ou oportunistas que vão para onde a demagogia manda ir. E, pior, eles nos levam consigo. Nosso futuro é incerto com nuvens acinzentadas correndo no céu, como num presságio. Que fazer? Nossas perspectivas são iguais às de um condenado no corredor da morte. Ou a de alguém esperando os exames de laboratório que dirão a gravidade da doença. Já passei por isso, conheço essa sensação. E não adianta se arrepender por não ter parado de fumar à tempo. De ter-se deixado tomar por vaidades e arrogâncias que parece agora não fazem mais sentido. O povo alemão, os judeus principalmente, devem ter percebido isso, a sombra do nazismo se alongando por cima da nação alemã, ao serem ouvidas as arengas gritadas por Hitler em comícios-monstro. Os Jardins de Finzi e Contini abrem os arquivos daquelas épocas turvas, das pestilências que vinham dos esgotos do submundo do jogo político, das corporações que acertavam seus relógios para
tirar proveito da guerra que se aproximava. Quem entendeu os sinais da tragédia, fugiu, emigrou. Miami?
PS-- Se o Aécio não vencer as eleições..que vençam as Forças Armadas.
 
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