O TALIAN
O
reconhecimento do Talian como patrimônio lingüístico do Brasil –“Foi
deliberada a inclusão da língua Talian no inventário Nacional da Diversidade linguística,
uma vez que foram atendidos todos os
requisitos, como atesta o processo den°01450.010077/20-466 e dossiê
correspondente , fazendo jus ao título de Referência Cultural Brasileira, conforme o
Decreto7.387 de 09 de dezembro e 2,010.” - é motivo de alegria e orgulho
não só para os descendentes que o falam ou que tem em sua ascendência alguma
ligação com os oriundos da Itália, mas também que sirva de alento para as
demais etnias que aqui aportaram, na busca do reconhecimento de sua língua e
ancestralidade para também integrar o patrimônio linguístico brasileiro. Somos
como uma laranja: são diversos os gomos que a compõem.
O grupo de
trabalho composto para buscar este reconhecimento foi formado por inúmeras
pessoas que de uma ou outra forma dedicaram do seu tempo, o seu conhecimento, a
sua boa vontade, recursos financeiros e muitos outros motivos para que o
objetivo fosse alcançado. Para evitar cometer o equívoco de não mencionar o
nome de alguém, ao mesmo tempo em que parabenizo a todos os que se empenharam
na tarefa, necessário e justo se faz mencionar duas pessoas: Honório Tonial e
Rovilio Costa (in memoriun), que foram dois esteios (sataroni) que tomaram a
inciativa de resgatar não só os diferentes falares dos imigrantes italianos e
as obras literárias sobre eles escritas, mas também o seu modo de vida, para
colocá-los em posição de destaque dentro do contexto linguístico brasileiro.
Aliados a ambos, inúmeros foram os que de forma simples e quase anônima se
juntaram e tomaram as rédeas para não deixar morrer o Talian.
Este renascimento
se viu no pipocar de programas de rádio feitos em Talian, textos escritos em
Talian em jornais e revistas; peças de teatro feitas em Talian; entrevistas nos
meios de comunicação; ensinamento da língua em escolas; na criação de
sociedades que abrigam descendentes de italianos e também na retomada do falar
por pessoas que o haviam abandonado. Falar o Talian voltou a ser motivo de
orgulho e satisfação.
Tal qual uma
construção que precisa de bom alicerce, também o Talian precisou de um bom
fundamento para suportar o tempo e as
dificuldades até ser conseguido o seu reconhecimento. Se
Frei Rovílio Costa não está mais junto de nós para ver o fruto do trabalho,
felizes de nós que ainda temos o Sr. Honório Tonial para ver e sentir o prazer
desta conquista, que foi apenas o primeiro passo. Assim como uma caminhada
começa com o primeiro passo, a caminhada do Talian apenas iniciou. Cabe a nós e
às gerações futuras não deixar morrer esta semente lançada na terra. Muitos
haverão de regá-la e cultivá-la para que continue fecunda e possa dar bons
frutos. PARABÉNS a todos que participaram desta caminhada.
Atenciosamente,
Luiz Agostinho Radaelli – Lajeado
– RS.
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