segunda-feira, 2 de novembro de 2015

CASAMENTOS

Pesquisa de universidade americana sugere que relações com muitos altos e baixos anulam os benefícios geralmente associados ao casamento


Casamento ambivalente faz mal à saúde?
Casamentos simultaneamente bons e ruins afetam a saúde dos parceiros (Foto: Wikipédia)
Todo casamento tem altos e baixos, mas alguns são regularmente boas e ruins ao mesmo tempo. São os casamentos ambivalentes: nem sempre terríveis, mas nem sempre bons.
Enquanto muitos casais devem ter passado, sem dúvida, por esse estado nem bom nem ruim da relação, uma nova pesquisa mostra que a ambivalência prolongada em um relacionamento — a sensação de que um parceiro pode ser imprevisível no seu apoio ou na sua negatividade — pode fazer mal à saúde de um indivíduo.
Os resultados, publicados este mês por pesquisadores da Universidade Brigham Young na revista Annals of Behavioral Medicine, são parte de um crescente corpo de pesquisa que tenta analisar o benefício do casamento: a noção bem aceita de que as pessoas casadas são muito mais saudáveis e vivem mais tempo do que as solteiras. No entanto, cada vez mais, os pesquisadores estão tentando entender os efeitos mais sutis do casamento sobre a saúde.
Para colher os benefícios de um casamento, basta apenas  se casar? Até que ponto a qualidade do casamento – como o nível de apoio, carinho, negatividade ou comportamento controlador dos parceiros –, afeta a saúde de casais aparentemente estáveis?
Em um estudo cuidadosamente controlado, com 94 casais heterossexuais da cidade de Salt Lake City, Utah, os pesquisadores entrevistaram cada parceiro separadamente sobre o nível de interações positivas e negativas em seu casamento. Os casais estavam casados, em média, há 5,4 anos, mas a duração de seus casamentos variava de um a 41 anos. Cerca de 15% estavam casados há uma década ou mais. Ambos os parceiros trabalhavam em tempo integral ou parcial e nenhum tinha crianças ou outra pessoa vivendo com eles.
Com base nas respostas, os pesquisadores determinaram que 23% dos casais estavam em casamentos com baixos níveis de negatividade. Os restantes 77% deram respostas mistas, sugerindo que seus casamentos eram mais ambivalentes em termos de sentimentos positivos e negativos um pelo outro.
Em seguida, os homens e as mulheres receberam leituras de pressão arterial basal e usaram um monitor de pressão arterial por um dia inteiro. Após medições aleatórias da pressão sanguínea durante aquele dia, duas a cada hora, os indivíduos eram orientados a descrever exatamente o que estavam fazendo no momento em que a pressão arterial foi medida. Eles foram questionados sobre o seu humor em geral e sobre seus sentimentos em relação ao cônjuge naquele momento. Para garantir precisão, os entrevistados tinham apenas cinco minutos após a verificação da sua pressão sanguínea para preencher a descrição.
Os resultados revelam a natureza complexa das relações conjugais e os efeitos sutis que os momentos positivos e negativos de um casamento podem ter sobre a saúde física. Quando os pesquisadores analisaram as leituras de pressão sanguínea, eles descobriram que os homens e mulheres em relações ambivalentes consistentemente registraram uma pressão arterial sistólica mais elevada. Isso sugere que um dos benefícios bem estabelecidos do casamento — uma melhor saúde cardiovascular — pode não ser tão robusto para casais em casamentos ambivalentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostaria de receber comentários referentes aos ssuntos expressos no Blog do Talianeto