sábado, 18 de janeiro de 2014

MAITE PROENSA



Antes de lerem a carta da Dra. Mafalda Carvalho, Professora Doutora da Universidade de Coimbra, endereçada à Maitê Proença, algumas observações sobre as razões da missivista: Maitê Proença disse no programa "Saia Justa" umas gracinhas tolas sobrea inteligência dos portugueses. Fez comentários descabidos sobre a História de Portugal, sobre tradições portuguesas que ela desconhece,sobre o estuário do Rio Tejo, reduziu Sintra a uma vilazinha, criticou e ridicularizou o atendimento a seu PC pelo pessoal do hotel onde estavahospedada... e por aí a fora. O programa passa em Portugal e causou umgrande mal estar lá na "terrinha". Quando foi execrada pelos portugueses, no seu pedido de desculpas ainda disse que o povo português não tem senso de humor. Que foi "apenas" uma brincadeirinha... É o que dá quando a pessoa fala sem conhecimento de causa. Esta professora portuguesa acabou com Maitê Proença e, de quebra, com os nossos representantes em Brasília, protagonistas de um vasto anedotário. É nisso que dá, alguém despreparado emitir conceitos sobre assuntos que não domina, com apoio dos alienados das redes brasileiras de TV , que se consideram o máximo em cultura .. E temos que engolir calados e com humildade o desabafo dessa senhora portuguesa, generalizando e nivelando todos os brasileiros. Mesmo porque ela a rigor não diz nenhuma inverdade. CARTA-RESPOSTA DE UMA PROFESSORA E DOUTORA PORTUGUESA PARA MAITÊ PROENÇA Ex Senhora: Foi com indignação que vi a ‘peça cómica’ que fez em Portugal epassou no programa Saia Justa em que participa. Não que me espante que o tenha feito – está à altura da imagem que hámuito tenho de si, pelo que me tem sido dado ver pelos seus desempenhos– mas sim pelo facto da TV Globo ter permitido que tal ignorância fossepara o ar. Só para que possa, se conseguir, ficar um pouco mais esclarecida:A ‘vilazinha’ de Sintra é património da Humanidade, classificada pelaUNESCO e unanimemente reconhecida como uma das mais belas e bempreservadas cidades históricas do mundo; Em Portugal, onde existem pessoas que olham para o mouse do seucomputador como se de uma capivara se tratasse, foi onde foi inventado oserviço pré-pago de telefones móveis (os celulares) – não existia nenhumno mundo que sequer se aproximasse e foi também o que inventou o sistemade passagem nas portagens (pedagios, se preferir), sem ter que parar –quando passar por alguma, sem ter que ficar na fila, lembre-se que deveisso aos portugueses. É um dos países do Mundo com maior taxa de penetração decomputadores e serviços de internet em ambiente doméstico. É o único país do mundo onde TODAS as crianças que frequentam a escolatêm acesso directo a um computador (no próprio estabelecimento deensino) – e em Portugal TODAS as crianças vão à escola... Muitas delasaté têm um computador próprio, para seu uso exclusivo, oferecido ouparcialmente financiado pelo Ministério da Educação – já ouviu falar doMagalhães? É natural que não... mas saiba que é uma criação nossa, que está a seradquirida por outros países. Recomendo-o vivamente – é muito simples e adequado para quem tem poucosconhecimentos de informática. Somos tão inovadores em matéria de utilização de tecnologiainformática e web nas escolas, que o nosso caso foi recomendado porespecialistas americanos, como exemplo a seguir, a Barack Obama, que ésó o Presidente dos Estados Unidos – ao Sr. Lula da Silva tal não seriaoportuno, porque ele considera que a Escola não é determinante nosucesso das pessoas (e, no Brasil , a julgar pelo próprio, tem toda arazão). A internet à velocidade de 1 Mega, em Portugal há muito que éconsiderada obsoleta – eu percebo que não entenda porquê, porque noBrasil é hoje anunciada como o grande factor diferenciador a transmissãopor cabo que já não nos interessa. Já estamos noutra – estamos entre os países do mundo com a rede de fibraóptica mais desenvolvida. E nesse contexto 1 Mega é mesmo uma brincadeira. O ditador a que se refere – o Salazar – governou, infelizmente,‘mais de 20 anos’, mas para a próxima, para ser mais precisa, diga queforam 48 (INFELIZMENTE, é mais do dobro de 20). Ainda assim, e apesar domuito dano que nos causou a sua governação, nós, portugueses,conseguimos em 35 anos reduzir praticamente a ZERO a taxa de analfabetose baixar para cifras irrisórias o nível de mortalidade infantil e demulheres no parto onde estamos entre os melhores do mundo. Criar uma rede viária que é das mais avançadas do mundo – emPortugal, sem exceder os limites de velocidade e sem correr risco devida, fazemos 300 km em duas horas e meia (daria tanto jeito que noBrasil também fosse assim!). Melhorar muito o nível de vida das pessoas, promovendo salários econdições de trabalho condignos. Temos ainda muito para fazer nestamatéria, mas já não temos pessoas fechadas em elevadores, cuja função éapenas carregar no botão do andar pretendido – cada um de nós sabe comofazê-lo e aproveitamos as pessoas para trabalhos mais estimulantes eúteis; também já não temos trabalhadores agrícolas em regime deescravatura – cada pessoa aqui tem um salário, não trabalha a troco deum prato de comida. Colocar-nos na vanguarda mundial das energias renováveis, menospoluentes, mais preservadoras do planeta; enquanto uns continuam aescavar petróleo, nós estamos a instalar o maior parque de energiaeólica do mundo (é a energia produzida a partir do vento). Poderia também explicar-lhe quem foram Camões, Fernando Pessoaetc., cujos túmulos viu no Mosteiro dos Jerónimos, mas eles merecemmuito mais. Ah!, já agora, deixe-me dizer-lhe também que num ponto estou muitode acordo consigo: temos muito pouco sentido de humor. É verdade. Não acharíamos graça nenhuma se tivéssemos deputados a receber mesadapara votarem num certo sentido, não nos divertiria muito se encontrassemdirigentes políticos com dinheiro na cueca, não nos faria rir tersenadores a construir palácios megalómanos à conta de sobre-facturaçãodo Estado, não encontramos piada quando os políticos favorecemfamiliares e usam o seu poder em benefício próprio. Ficaríamos, pelo contrário, tão furiosos, que os colocaríamos na cadeia.Veja só – quanta falta de humor. Mas, pelo contrário, fazem-me rir as sessões plenárias do senadobrasileiro. Aqui em Portugal , e estou certa que em toda a Europa, taldaria um excelente programa de humor. Que estranho, não é? Para terminar só uma sugestão: deixe o humor para quem no Brasilo sabe fazer com competência (e há humoristas muito bons no Brasil )..Como alternativa, não sei o que lhe sugerir, porque ainda não a vi fazernada que verdadeiramente me indicasse talento... Peço desculpa por não poder contribuir. Mafalda Carvalho - Professora Doutora da Universidade de Coimbra NOTA: LEIAM A HISTORIA (BIOGRAFIA DE SALAZAR) QUE ENTROU PARA GOVERNAR O PAÍZE FALECEU COM OS BENS DA SUA FAMILIA, ENQUANTO NO BRASIL COM EXEÇÃO DEALGUNS TEM PRESIDENTES MILIONARIOS APÓS O MANDATO.

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