terça-feira, 28 de janeiro de 2014

NOSSO DINHEIRO

Nosso dinheiro mergulha no Caribe
O dinheiro do povo brasileiro nada de braçadas no Caribe, enquanto os portos brasileiros afundam na própria infraestrutura ruim, propala a oposição
por Leandro Mazzini

28 de janeiro, 2014

fonte | A A A Hoje é o Dia do Cooperativismo em Cuba, toda terça o é. Foi uma maneira de os Castro iniciarem a abertura para a esperada transição – a volta ao capitalismo, após a utopia socialista de um feito histórico contra o imperialismo. Mas a ideologia ficou lá atrás, os irmãos Castro enriqueceram e o povo não, e naturalmente entenderam a pressão popular por melhores condições de vida, a despeito da idolatria ao mito vivo. E gradativamente os donos da ilha vão cedendo ao modelo que rege o mundo, enquanto contam com as colaborações de presidentes amigos (e generosos), com dinheiro alheio.


Leandro Mazzini é escritor e colunista do Opinião e Notícia
Um destes amigos é o governo brasileiro. Em Cuba, a presidente Dilma Rousseff acaba de inaugurar o porto de Mariel, a 70km de Havana, construído pela Odebrecht com financiamento de US$ 682 milhões do nosso BNDES. Ou seja, o dinheiro do povo brasileiro nada de braçadas no Caribe, enquanto os portos brasileiros afundam na própria infraestrutura ruim, propala a oposição. Já governistas apontam que o porto poderá ser entreposto de produtos brasileiros para os EUA e México, com a aguardada abertura comercial e o fim do embargo americano.

Um amigo da Coluna voltou este mês de Cuba, esteve com oposicionistas e governistas. Diz que a abertura é questão de tempo – talvez após a morte de Fidel, não o fazem ainda por respeito. O irmão, o presidente Raúl Castro, é incentivador convicto. Promove paliativos econômicos para os cubanos – como autorização para comprar táxis, carros usados e novos. E às terças, os trabalhadores podem comprar a produção para revender por 50% do valor. Os produtores rurais (campesinos) podem levar uma parte da produção para venda no comércio local ou em feiras.

O curioso em Cuba é notar que a idolatria a Fidel se transfigurou também no falecido Hugo Chávez, considerado por eles ‘o nosso melhor amigo’. Cartazes e outdoors com fotos do bolivariano se espalham pela capital, exaltando o apoio petrolífero à ilha caribenha. Chávez doava milhões de barris de petróleo por ano a Cuba.

Com o presente brasileiro para Cuba no porto de Mariel, uma decisão do então presidente Lula, não é exagero dizer que o petista quer entrar para o hall da fama – ou dos outdoors – nas ruas do regime aliado. A situação é essa: nosso dinheiro mergulha bonito no lindo mar do Caribe, e o brasileiro se vira aqui – a alto preço – com a sua caixa d’água. Quando não falta água.

A Dilma de Davos

Marcos Troyjo é economista, cientista social, diplomata e colunista da Folha. Um dos dos maiores especialistas em BRIC e economia mundial, passou pela ONU e há dois anos fundou e dirige o BRICLab na Columbia University. Fez uma análise para a Coluna sobre a participação da presidente Dilma em Davos, no Fórum Econômico Mundial (veja íntegra no site da Coluna). Eis uma síntese:

“Dilma não parece ter gosto ou mesmo vocação para liderar reformas. Seu presidencialismo de coalizão está mais a serviço do projeto de sua perpetuação no Planalto do que orientado à modernização institucional do país. Assim, o Brasil de Dilma utilizou Davos essencialmente para apresentar relatório de realizações, vocalizar compromisso com alguma ortodoxia macroeconômica, elencar fronteiras móveis de consumo e sublinhar a continuação do programa de concessões”.

Deus nos salve!

Foi manchete do Diário do Povo do Piauí ontem: o presidente da Associação dos Delegados da PF, Marcos Leôncio, em entrevista exclusiva, revelou que há 100 mil inquéritos contra atos de corrupção abertos atualmente no País. E que há investigações em andamento na maioria dos estados.

Ponto Final

Falta papel higiênico em Cuba e na Venezuela, mas devem sobrar rolos para limpar as lambanças nos toillets presidenciais dos Palácios.

Charge de Aliedo

Café amargo


Em 2011, um conhecido deputado da oposição tratou com um jornalista de conceder entrevista numa padaria, num café da manhã, em Brasília, para criticar o governo e principalmente o Funpresp, o projeto que criou o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal, em tramitação no Congresso.

Já à mesa, ele desancava o governo e o então presidente do INSS, Mauro Hauschild, que apoiou o projeto no Congresso.

Só não contava que, na mesa de trás estava o próprio presidente do INSS, tomando seu café sozinho, ouvindo a conversa, inerte e espantado.

Não coube outra situação a Hauschild levantar-se e se apresentar.

- Excelência, como vai o senhor, acho que já nos conhecemos..

- Não lembro – respondeu o deputado – de onde…

- Eu sou o presidente do INSS…

Cumprimentos feitos, despedidas realizadas, o café ficou amargo à mesa.

Com Maurício Nogueira, Luana Lopes e Equipe DF e SP



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