domingo, 30 de março de 2014

ALTA DOS PREÇOS

Por que os preços estão $urreais?
O aumento da inflação é consequência de mais moeda circulando que, por sua vez, só existe por causa da expansão do crédito
por Mateus Maciel*

30 de março, 2014

fonte | A A A Morangos a R$49,90, bolos a R$120,00, moqueca de camarão a R$119,90, chope a R$10,00… Esses são alguns dos preços de produtos vendidos no Rio de Janeiro a preços altíssimos, segundo a página “Rio $urreal”. A escalada de preços não ocorre apenas no Rio, mas em todo o Brasil e afeta outros setores da economia, como o imobiliário por exemplo.
Muitos podem afirmar que a culpa é dos donos de bares, restaurantes, etc. que são gananciosos e querem aumentar seus lucros. Outros afirmam que é por conta da Copa e das Olimpíadas, enquanto outros dizem que a culpa é da pesada carga tributária.
Segundo texto do economista Edmar Bacha, os preços $urreais deveriam ser combatidos através de uma reforma tributária que unificasse os inúmeros impostos (ICMS, IPI…) em apenas um, assim como ocorre nas nações europeias. Somado a isso, os gastos públicos deveriam ser controlados.
A pouca integração econômica do Brasil às cadeias de produção internacional faz com que a margem de lucro dos empresários seja altíssima, uma vez que, com a política de conteúdo nacional, os produtores ficam restritos aos insumos locais, o que eleva o preço do produto final assim como a sua qualidade, pois não podem importar insumos de outros países (com um preço menor e qualidade superior ao nacional).
As observações de Bacha são verdadeiras e, de fato, fazem com que o preço dos produtos seja alto no Brasil. Ainda assim, ele falou pouco de um ponto crucial para compreender essa escalada $urreal de preços: os gastos públicos. Além dos gastos, políticas econômicas que visam aquecer a economia via aumento da demanda (sem que haja aumento da poupança). No final, toda essa intervenção estatal na economia gera inflação, que tem como consequência o aumento dos preços. Mas como isso ocorre?
Primeiramente é necessário entender que inflação não a mesma coisa que o aumento de preços. Inflação é o aumento da quantidade de moeda na economia, sendo o aumento de preços uma consequência da inflação e não a causa da mesma. Essa confusão semântica engana não apenas economistas, mas a maior parte da população. Com a definição de inflação correta, podemos seguir. Mas como o governo brasileiro aumentou a quantidade de moeda na economia?
O crédito para a compra de imóveis e carros cresceu assustadoramente e passou a ser concedido em larga escala pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a taxas bastante acessíveis e prazos melhores que os dos bancos privados. Somado a isso, impostos foram reduzidos sobre os veículos e eletrodomésticos da linha branca, fazendo com que o preço destes caísse e se tornasse mais acessível. Os brasileiros foram às compras, mas existe um problema nisso tudo.
A euforia (ou boom) criada pelo consumo turbinado pela emissão de moeda não é real e é altamente perigosa, principalmente em longo prazo. Isso porque, o que define os juros da economia é a taxa SELIC, que sofreu fortes quedas até chegar a 8,75%, em 2009. A mesma se manteve estável nesse nível para que a euforia não acabasse. Entretanto, em 2010 a SELIC voltou a ser elevada pelo Banco Central, acabando com a festa dos consumidores brasileiros, pois o custo de pegar dinheiro emprestado aumentou.

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