terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O CARNAVAL

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Carnaval pode ser trocado por ambulância?

Dezenas de cidades já cancelaram ou reduziram suas tradicionais festas de Carnaval de rua. O motivo? A crise


Carnaval pode ser trocado por ambulância?
Mas para onde vai o dinheiro “poupado” com as festas de Carnaval de rua? (Fonte: Reprodução/Wikipedia)
“Ei você aí, me dá um dinheiro aí. Me dá um dinheiro aí. Não vai dar? Não vai dar não…” A marchinha é antiga, mas serve como uma luva para a atual situação de diversas cidades brasileiras que cancelaram ou pelo menos reduziram suas tradicionais festas de Carnaval de rua.
A crise econômica é apontada por dezenas de municípios como o motivo do corte de verbas para o Carnaval. É o caso por exemplo de pelo menos duas dúzias de cidades mineiras. Em Diamantina e em Ouro Preto, onde acontecem dois dos mais tradicionais carnavais de Minas Gerais, os festejos serão mais enxutos. A expectativa de público da prefeitura de Diamantina é de 15 mil pessoas para os dias de folia. O número é bem inferior aos 40 mil foliões que o município já chegou a receber há alguns anos.
Os gastos do executivo municipal em Ouro Preto no Carnaval deste ano serão significativamente menores do que no ano passado. Enquanto em 2015 a prefeitura investiu R$ 1,5 milhão para receber os foliões, neste ano o valor estimado é de R$ 100 mil, que serão gastos com limpeza, reforço da iluminação pública e segurança.
Mas para onde vai o dinheiro “poupado”? Oficialmente, a suada e apertada verba dos municípios é aplicada em outros setores, como infraestrutura e saúde.
O cancelamento das festas de Carnaval de rua não é, no entanto, bem visto por todos. Enquanto uma parcela da população apoia a medida por considerar o Carnaval um serviço não essencial, outros argumentam que as festas fazem parte da tradição cultural popular e ajudam a movimentar financeiramente os locais onde são realizadas, principalmente os pequenos municípios.
Há ainda os que duvidam se na prática os governos realmente repassam as verbas que seriam destinadas às festas de ruas para outras áreas.
Entre os mais prejudicados pelos cortes estão as escolas de samba que já se preparavam para desfilar nos dias de folia. Algumas tentam incrementar a renda com a iniciativa privada, outras apostam na criatividade para driblar o orçamento mais curto e há também aquelas que decidem deixar o desfile para o ano que vem. Afinal, Carnaval tem todo ano, diriam os menos afeitos aos dias de folia.
“Este não ano vai ser; igual aquele que passou. Eu não brinquei, você também não brincou. Aquela fantasia, que eu comprei ficou guardada, e a sua também, ficou pendurada…”, já previa a “velha” marchinha.
Caro leitor, você concorda com o cancelamento ou a redução do repasse de verbas públicas para as festas de Carnaval de rua? Por quê?

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