terça-feira, 10 de maio de 2016

O QUE DIRIA FREUD

O que Freud pensaria sobre a loucura da política brasileira?

Tivesse nascido cem anos depois – e de preferência no Brasil – Sigmund Freud teria esta semana o mais vasto material para estudar a loucura


O que Freud pensaria sobre a loucura da política brasileira?
O ato impensado do veterinário maranhense tumultua ainda mais o cenário político (Foto: Agência Câmara)
Tivesse nascido cem anos depois – e de preferência no Brasil – Sigmund Freud teria esta semana o mais vasto material para estudar a loucura e todas as psicopatologias. A sucessão de devaneios que assolou o país começou com a irresponsabilidade do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, alçado à presidência pelo desatino que dita os atos da Câmara Federal.
O ato impensado do veterinário maranhense desequilibrou o mercado financeiro, fez subir o dólar, derrubou a Bolsa e provocou uma revoada de tucanos e urubus da política também no Senado. Não bastasse isso, a presidente da República – que já fez saudações à mandioca e propôs a estocagem de ventos – permitiu que manifestantes da CUT, da UNE, do PT, do PC do B, da Ubes, da Contag pendurassem suas bandeiras e mensagens nas janelas de vidro do Palácio do Planalto – transformando o símbolo do Poder no país em escritório partidário. Uma total demonstração de insanidade.
À tarde, as sandices continuaram com discussões e gritos histéricos no plenário do Senado diante do cenário de caos que o país conheceu a partir da transformação de um político do baixo clero em fantoche do ministro José Eduardo Cardozo (da Advocacia-Geral da União).
Em meio a este delírio, o senador Delcídio Amaral – aquele que passou meses preso – pediu desculpas e para não ser cassado – afinal, não roubou um centavo e apenas tentou obstruir a Justiça. Ora, foi só isso? O Senado se apressa para votar o impeachment nesta quarta-feira, sem a presença de Delcídio. Nesse aspecto, as próximas horas prometem mais desatinos.
Ao final do dia, talvez ao se dar conta do estrago que havia feito, Maranhão fez o pior: desfez o que havia feito horas antes. Seus delírios deverão custar caro. A Mesa Diretora da Câmara estuda a destituição dele da presidência interina da Casa enquanto o PP quer a expulsão de alguém considerado “fora de controle”.
Como se nada disso estivesse acontecendo, um grupo corre o país com uma tocha acesa na mão na tentativa de validar um evento de âmbito mundial cuja realização não temos a menor condição política e organizacional de garantir.
Diante deste cenário, o pai da psicanálise teria o mais farto material para desenvolver seus estudos e descobrir por que certos seres humanos degeneram de forma tão degradante sem se importar com as consequências.

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