sábado, 8 de novembro de 2014

BRASIL e RUASSIA

Brasil e Rússia: os emergentes vulneráveis

Entre as economias emergentes que enfrentam dificuldades, Brasil e Rússia parecem particularmente frágeis


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Os investidores em mercados emergentes sabem o quão rápido as coisas podem azedar. Conhecidas como os “tigres asiáticos” em meados de 1990 por seu ritmo de crescimento rápido, Indonésia e Tailândia estavam sofrendo crises cambiais e tiveram de ser socorridas pelo FMI em 1997. Quase 20 anos depois, dois membros dos “BRICs” (Brasil, Rússia, Índia e China), elogiados por terem sustentado o crescimento global em 2010, estão perto da recessão. O cenário no Brasil e na Rússia — moedas em queda, alta inflação e lento crescimento –,  poderia tornar 2015 um ano muito ruim.
O problema vem fermentando há algum tempo. Mais de um ano atrás James Senhor, do banco Morgan Stanley, chamou Brasil, Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia de os  ”cinco frágeis” dos mercados emergentes. Sua preocupação era que a combinação de inflação alta e grandes déficits em conta corrente tornavam essas economias muito dependentes de exportações. Suas moedas apareciam no topo da lista das mais propensas a cair. Quatro das cinco, desde então, perderam terreno face ao dólar, mas uma sexta moeda, o rublo russo, caiu ainda mais.
Estes países têm problemas comuns, particularmente a inflação elevada. Cada um dos cinco frágeis têm déficits orçamentários, o  que significa que as dívidas estão se acumulando. No entanto, as suas perspectivas divergiram. Índia e Indonésia parecem estáveis. Os quatro restantes não estão se saindo tão bem. Brasil e Rússia, por outro lado, estão em muito mau estado.
Juntos, Brasil e Rússia, as duas maiores economias emergentes depois da China, têm o peso da Alemanha. Em ambos os países, a moeda está deslizando. O real despencou em novembro, após dados revelarem que o déficit orçamental atingiu um recorde em setembro. O rublo está caindo mais rápido, com queda de 27% em um ano e 10% no mês passado. Ambos enfrentam estagflação: preços borbulhantes, juntamente com taxas de crescimento que devem ficar abaixo de 1% este ano.
Alguns de seus problemas vêm do exterior. Os principais parceiros comerciais do Brasil estão em queda (China), estagnados (zona do euro) ou no fundo do poço (Argentina). Mas os problemas do Brasil e da Rússia têm raízes internas também. Dilma Rousseff tem provocado estragos nas finanças públicas do Brasil. Em 2014 os gastos se expandiram em duas vezes a taxa de receitas, apesar dos ganhos pontuais com a venda do campo de petróleo de Libra e do espectro de telecomunicações em 4G. A porcentagem da dívida do Brasil em relação ao PIB está crescendo rapidamente.
 

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