Ao contrário das eleições de 2012, quando apoiou candidatos de partidos da base aliada da então presidente como PP, PTB e PDT, desta vez o partido anunciou apoio apenas ao PSOL em Belém e no Rio de Janeiro.
O cenário é resultado de uma orientação do diretório nacional do partido, que determinou o apoio no segundo turno a candidatos do PDT, PSOL, PC do B e Rede —partidos cuja maioria dos deputados votou contra o impeachment de Dilma.
O PT disputa o segundo turno com candidato próprio apenas no Recife, onde o ex-prefeito João Paulo Lima tenta retornar ao cargo. O partido compõe a chapa de aliados em São Luís e em Aracaju desde o primeiro turno, apoiando, respectivamente, Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e Edvaldo Nogueira (PC do B).
Em Macapá, única capital em que o partido ainda não tomou uma decisão, a tendência é de apoio à reeleição de Clécio Luis (Rede). Contudo, a aliança do partido com do DEM, que indicou o vice na chapa, é alvo de resistência entre os petistas.
Apesar de o PT incentivar alianças com a Rede, o partido não apoiou nenhuma das 20 candidaturas petistas em capitais no primeiro turno. O mesmo aconteceu com o PSOL, que não apoiou o PT no primeiro turno em nenhum capital nem apoiará no segundo, no Recife.
Nas 12 capitais onde o PT não vai apoiar ninguém, os diretórios decidiram pela neutralidade, caso de Fortaleza e Cuiabá, ou pelo voto nulo, como em Florianópolis.
Na maioria delas, a corrida acontecerá entre partidos da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB), caso de Curitiba. Disputam o segundo turno na capital paranaense Rafael Greca (PMN), que tem o apoio do governador Beto Richa (PSDB), e Ney Leprevost (PSD).
"Optamos por não apoiar nenhum dos candidatos. Além de representar o projeto golpista de Temer, os grupos que estão no segundo turno vão contra o que a gente defende para a cidade", diz Natalino Bastos, presidente do PT em Curitiba.
SEM APOIO
Em Fortaleza, onde o prefeito Roberto Cláudio (PDT) enfrenta Capitão Wagner (PR), a opção do PT foi pela neutralidade, apesar de o pedetista ter sido contra o impeachment de Dilma.
Na reunião do diretório municipal, houve um racha interno. O grupo do governador Camilo Santana (PT) defendeu o apoio ao prefeito, enquanto o grupo da candidata derrotada Luizianne Lins defendeu o voto nulo.
Com o impasse, o partido optou pela neutralidade. Mas o governador deve se engajar na campanha do prefeito.
Em Maceió, o PT não tomou partido na disputa entre Cícero Almeida (PMDB) e Rui Palmeira (PSDB). Há um mês, o PT rompeu com Renan Filho (PMDB) após seu pai, senador Renan Calheiros, votar pelo impeachment.
"Não teria sentido apoiarmos o candidato de Renan depois da decisão que ele tomou [de votar pelo impeachment]", afirma Ricardo Barbosa, presidente do PT na capital alagoana.
Em Belo Horizonte, onde Alexandre Kalil (PHS) polariza com o tucano João Leite, o candidato derrotado Reginaldo Lopes defendeu voto nulo.
Kalil afirmou que não quer o apoio de nenhum cacique, incluindo o governador Fernando Pimentel (PT).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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