quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

RENÚNCIA

O grito do Ipiranga de Genoino: eu renuncio!
Era só o que faltava. Genoino agora quer ser uma espécie de D. Pedro I às avessas no dia do Não Fico: 'Entre a humilhação e a ilegalidade, renuncio ao mandato'
por Claudio Schamis
5 de dezembro, 2013

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Se é para o (meu) bem geral da nação, entre a humilhação e a ilegalidade, eu renuncio"
Covarde. COVARDE, ficou melhor em caixa alta. Agora, me deixa respirar por alguns instantes para não escrever no calor da emoção. Pronto, já dei aquela respirada.
Era só o que faltava. Genoino agora quer ser uma espécie de D. Pedro I às avessas no dia do Não Fico: “Entre a humilhação e a ilegalidade, renuncio ao mandato”. Bravo, bravíssimo Genoino, seu covarde.
E com certeza esse ato de bravura será usado como uma coisa grandiosa, como falou seu irmão, José Guimarães em discurso na Câmara: “Meu irmão foi grandioso ao renunciar”.
É tão simples isso que eles fazem que poderia ser revisto e coibido de alguma forma. Não deveria ser permitido a nenhum político simplesmente renunciar para se safar da cassação e assim voltar todo serelepe nas próximas eleições, quando os eleitores já passaram pela auto-lavagem cerebral e esqueceram todo o passado podre do político. Essa saída já foi utilizada por vários políticos que fizeram justamente isso. Né não, Renan Calheiros?
A renúncia de Genoino nem me surpreende. Covardes são assim mesmo, sempre têm uma carta de renúncia na manga. E cá pra nós, tudo não passa de teatrinho pré-eleitoral. Tanto é verdade que mesmo tendo somente um integrante da oposição na Mesa entre os sete que votariam a favor ou não da abertura do processo de cassação, quatro já tinham votado a favor, ou seja, fizeram esse mise en scène todo porque já sabiam da carta. Estava no roteiro. Tudo para ficar bem na foto. Ridículo.
Mas, infelizmente, resta rezar para que não concedam a aposentadoria por invalidez a Genoino, que iria garantir um benefício equivalente ao subsídio integral do parlamentar, hoje fixado em R$ 26,7 mil. Caso ele não seja considerado inválido – pelo menos como politico ele o é – ele terá, de qualquer maneira, direito à sua aposentadoria proporcional por tempo de serviço, solicitada em 2005 – fazer o que ele fez é prestar serviço? – porque ele tem pelos 26 anos de mandato cumprido, pelos quais contribuiu como parlamentar, tendo direito a pelo menos uma aposentadoria de R$ 20 mil. Ou seja, a discussão será por esses R$ 6,7 mil, que não é nada mal. Dá pra mim.
Renúncia à parte, é bom ficarmos de olho, pois Genoino está apostando todas as suas fichas agora no que ele chamou de tratamento “mais humanitário”, que segundo ele, é favorecido até por parte da opinião pública, que compreende a sua condição de pobre coitado doente. Genoino, me tira dessa. Por mim você volta pra cadeia e fica por lá recebendo o devido tratamento, mas nada de ficar no conforto do seu lar, com ar condicionado, TV a cabo, caviar e salmão. Aí, Barbosa, é nós.
E não se espantem quando os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), também condenados no julgamento, usarem esse subterfúgio.
É engraçado. Esses políticos falam da vergonha em ter o mandato cassado, mas não tiveram vergonha de fazer nada do que fizeram e os levaram a essa situação. Se bem que dá para entendê-los, em termos, uma vez que nenhum deles fez nada. São todos farinhas inocentes do mesmo saco.

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