O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar o vácuo político deixado
pela presidente Dilma Rousseff, em viagem oficial aos Estados Unidos, e
negociará com líderes do Congresso saídas para a crise política agravada pela
delação do empresário Ricardo Pessoa, da UTC. Em Brasília nesta segunda-feira,
29, Lula terá uma conversas reservadas com parlamentares do PT. Aliados do
ex-presidente esperam uma nova rodada de críticas a Dilma no encontro. Lula
considera o governo "letárgico" e "apático" diante das
recentes denúncias de irregularidades e que o partido não pode ter a mesma
postura.
"Ele
tem se queixado que não há um petista que suba à tribuna para defender o
partido. Não há ninguém criticando os excessos da Lava Jato", afirma uma
fonte do partido. A estratégia de Lula, no entanto, enfrenta resistências, uma
vez que aliados não querem se desgastar perante a opinião pública, já
refratária ao partido.
Outro
ponto que tem incomodado o ex-presidente e que azeda ainda mais a relação com
sua sucessora é o fato de Dilma ter limitado a influência dos ministros Jaques
Wagner (Defesa) e Ricardo Berzoini (Comunicações) no núcleo duro de tomada de
decisões do Palácio do Planalto.
Em outra
frente, Lula deve cobrar uma nova agenda do PT no Legislativo. Segundo interlocutores,
ele considera que a sigla precisa pensar no "pós-ajuste fiscal" e
defender avanços alcançados durante os governos petistas. Um dos alvos é o
Plano Nacional de Educação (PNE), que, segundo Lula tem dito a petistas,
precisa ganhar amplo destaque na pauta do partido no Congresso.
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