sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O PAPA E A IMPRENSA

Jornalismo baseado em boatos ou que fomenta o medo é ‘terrorismo’, diz Papa

O jornalismo não deve ser utilizado como uma 'arma de destruição contra pessoas e até povos inteiros', ressaltou o pontífice


Jornalismo baseado em boatos ou que fomenta o medo é ‘terrorismo’, diz Papa
Papa Francisco falou a líderes do sindicato nacional de jornalistas da Itália (Fonte: Reprodução/Flickr)
Em encontro com líderes do sindicato nacional de jornalistas da Itália nesta quinta-feira, 22, o Papa Francisco afirmou que o jornalismo baseado em fofocas ou boatos é uma forma de “terrorismo”.
O pontífice disse ainda que os veículos que estereotipam populações ou que fomentam o medo dos imigrantes agem destrutivamente. O jornalismo não deve ser utilizado como uma “arma de destruição contra pessoas e até povos inteiros”, afirmou.
Francisco ressaltou que espalhar boatos é um exemplo de “terrorismo, de como você pode matar uma pessoa com a língua […] Isso é ainda mais verdadeiro para jornalistas, porque eles podem alcançar a todos, e essa é uma arma muito poderosa”.
É comum na Itália jornais serem utilizados para desacreditar pessoas com opiniões políticas distintas. O sindicato de jornalistas do país criticou duramente, em 2009, vários veículos da família do então premier Silvio Berlusconi por causa de notícias que questionavam a confiabilidade de um magistrado que emitiu um veredicto desfavorável a uma empresa da família do ex-primeiro-ministro.
Em 2015, o jornal italiano de direita Libero falou em “bastardos islâmicos” ao destacar em sua manchete os ataques na capital francesa que mataram cerca de 130 pessoas. Um outro jornal de direita, o Il Giornale, publicou, também em 2015, uma matéria alertando sobre o risco de militantes entrarem na Itália por conta da situação caótica na Síria com o título “O Estado Islâmico está chegando. Vamos nos armar”.

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