segunda-feira, 14 de novembro de 2016

LADROEIRA NO BOLSA FAMILIA

MPF identifica mais de 870 mil suspeitos de fraudar Bolsa Família
Segundo o MPF, mais de 870 mil beneficiários não se enquadravam nas normas do programa (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O Ministério Público Federal (MPF) identificou suspeitas de pagamentos irregulares a mais de 870 mil beneficiários do programa Bolsa Família, entre 2013 e maio deste ano. De acordo com a apuração do órgão, os repasses a perfis suspeitos totalizam R$ 3,31 bilhões, o que equivale a 3,34% dos R$ 86 bilhões desembolsados durante o período.
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Com base em dados do governo federal, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Receita Federal e dos tribunais de contas dos estados e municípios, foram encontrados em 4,7 mil municípios casos de beneficiários já mortos, empresários, servidores públicos com famílias de até quatro pessoas, doadores de campanha, e servidores que também são doadores de campanhas eleitorais. Todos eles não se enquadram nas normas do programa, que exige um perfil de pobreza ou extrema pobreza.
Segundo o levantamento do MPF, os 874,1 mil perfis suspeitos de fraude equivalem a 4,07% dos do 21,5 milhões de titulares do benefício que foram monitorados durante o período de três anos. A maioria dos suspeitos são empresários – cerca de 56,2% –, que teriam recebido R$ 2,03 bilhões do programa. Em seguida, vêm servidores públicos, representando 37,6%, que receberam R$ 1,23 bilhões. O restante dos R$ 42,49 milhões foi distribuído para outros grupos de beneficiados suspeitos, equivalentes a menos de 2%.
A partir desses números, o MPF recomendou às prefeituras dos municípios onde foram encontradas as irregularidades que realizassem visitas nas casas dos suspeitos para averiguar as fraudes e cancelar os benefícios. Além disso, o órgão expediu recomendações entre julho e setembro para que as prefeituras informassem, com um prazo de 60 a 120 dias, o número de irregularidades confirmadas e benefícios cancelados.
O levantamento aponta que apenas 31 municípios não apresentaram indícios de fraude no programa. O estado que mais apresentou beneficiários suspeitos foi Roraima, com 8,87% dos casos. Já nas capitais, Palmas (TO) lidera o ranking, com 9,19%.

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