Eduardo Grígolo
Para
awg.wagner@gmail.com José Carlos Cerione carmem.vieceli@brf-br.com carvalho.fabi@ig.com.br cidadetv.evaldo@ig.com.br e 26 mais...
Hoje em 9:11 AM
> Para começar o novo
> ano...
> Fala-se muito em rombo do BNDES.
> Alguns falam em até R$ 1 trilhão a ladroagem do maior
> banco de fomento do País. Tem ladroagem, sim. Isto não
> tenho nenhuma dúvida. O MPF investiga a relação
> incestuosa do presidente do Banco com a instituição BNDES.
> Também, é de conhecimento público a ascendência do Lula
> sobre o Luciano Coutinho.
> Com relação à relação
> promíscua entre o Luciano Coutinho e o BNDES, se refere à
> empresa de consultoria que elabora os projetos de
> financiamento junto ao Banco. A ex-empresa de consultoria é
> contratada para ter sucesso no financiamento. A empresa
> tinha como sócio o próprio Luciano Coutinho até
> assunção dele como presidente do Banco. Nada há de
> ilegal, uma vez que o Luciano Coutinho não é mais sócio
> daquela empresa de consultoria. Mas tudo parece que os
> atuais sócios são "laranjas" do
> próprio.
> O projeto do Lula tentar criar os
> maiores "players" brasileiros atuando no mundo com
> o PSI - Programa de Sustentação de Investimentos, criado
> por ele no auge da crise financeira mundial em 2009, nada
> haveria de anormal, se não não funcionasse como Bolsa
> Empresário. Para criar "players" brasileiros, o
> BNDES emprestou e empresta a alguns poucos privilegiados a
> juros de 3,5% ao ano, enquanto o Tesouro paga Selic, hoje em
> 11,75% ao ano, para captar os mesmos recursos.
> O Tesouro injetou no BNDES,
> segundo balanço semestral de 2014, exatos R$ 431,4
> bilhões, nominal. Isto é o valor que foi injetado, sem
> considerar a equalização de juros. No apagar das luzes de
> 2014, Dilma autorizou injeção de mais R$ 30 bilhões no
> mesmo esquema do PSI, somando hoje R$ 461,4
> bilhões.
> Nada haveria de anormal se a
> injeção do dinheiro fosse na forma de investimento da
> parte da União. A crítica de analistas econômicos, na
> qual eu me incluo, é que a injeção de recursos da União
> está sendo feito em forma de "empréstimos" do
> Tesouro para o BNDES. O Tesouro capta o recurso no mercado
> pagando juros Selic e empresta ao BNDES. O empréstimo feito
> pelo Tesouro no mercado para este fim não entra no cômputo
> da dívida pública líquida.
> Desta forma o dinheiro repassado pelo Tesouro para o BNDES
> sob forma do PSI, não entra também como despesa da União.
> Resumindo, os R$ 461,4 bilhões estão na contabilidade do
> Tesouro e do BNDES como uma espécie de "volume
> morto". O volume de dinheiro é de responsabilidade,
> portanto, do contribuinte.
> Os principais recursos do BNDES
> para empréstimos vem do Tesouro em forma de PSI, do FAT, do
> Fundos PIS/PASEP e do Fundo de Marinha Mercante e de outros
> fundos constitucionais. No total, considerando o empréstimo
> do Tesouro, o passivo do BNDES é de cerca de R$ 544
> bilhões. Em tese, este é o montante que está no risco do
> BNDES e em consequência do contribuinte. No entanto, o
> BNDES, pelo menos em cima do papel está enquadrado nas
> regras do BIS, banco central dos bancos centrais.
> Na coluna de ativos constam como
> realizável a Curto e Longo Prazo, cerca de R$ 300 bilhões
> em empréstimos diretos do BNDES e cerca de R$ 217 bilhões
> em empréstimos com aval dos agentes financeiros. Somado os
> ativos referentes aos empréstimos alcança R$ 517 bilhões.
> Ainda na coluna de ativos consta a aplicação, no dia 31 de
> julho de 2014, em ações das empresas com financiamento no
> Banco, no montante de R$ 66,9 bilhões e R$ 10,4 bilhões em
> debêntures.
> O problema de tudo isto é que o
> Patrimônio Líquido do sistema BNDES, incluindo BNDESpar,
> é de R$ 74,1 bilhões em 31 de julho de 2014. Outro
> problema grave é com referência à qualidade do crédito
> de responsabilidade direta do BNDES no montante de R$ 300
> bilhões. O crédito referente ao repasse às
> instituições financeiras no montante de R$ 217 bilhões
> não tem tanta preocupação. Não se sabe qual é o
> percentual de "empréstimos podres" dentre os R$
> 300 bilhões.
> No mercado financeiro, até o
> engraxate da BMFBovespa sabe, de duas verdades. A primeira
> verdade é de que o presidente Lula teria intermediado a
> negociação de empréstimos do PSI no montante de R$ 300
> bilhões, da parte do empréstimo direto do BNDES. Se
> realmente houve, qualquer 3% daria R$ 9 bilhões de
> comissionamento para o Lula. Isto merece investigações
> por parte do TCU e MPF, mas negadas pelo BNDES. Para ser
> negado acesso às informações para os órgãos de controle
> da União, é de supor que o "boato" do engraxate
> deve ser verdadeiro.
> A segunda preocupação do
> mercado é quanto à natureza das garantias oferecidas pelos
> tomadores preferenciais dos empréstimos do sistema BNDES.
> Muitos dos empréstimos destinados aos amigos do Lula e do
> Palácio do Planalto, as garantias são as próprias ações
> das companhias. São empréstimos no montante de R$ 300
> bilhões com alto risco de não receber de volta o
> empréstimo. Comenta-se que cerca de R$ 100 bilhões é
> quase como crédito podre. O montante é superior ao
> Patrimônio Líquido do sistema BNDES.
> O rombo só vai aparecer no
> decorrer dos próximos anos, pois que o financiamento
> concedido pelo Banco é de longo prazo. Alguns antes, como
> foi o caso dos empréstimos de R$ 10,6 bilhões concedidos
> ao grupo OGX. Outra empresa que tem um passivo próximo de
> R$ 30 bilhões com o sistema BNDES é o grupo JBS/Friboi, a
> juros subsidiados de 3,5% ao ano. A empresa com dificuldade
> econômica conhecida no mercado que tem passivo alto junto
> ao sistema BNDES é a empresa de telefonia Oi. A
> Construtora Odebrecht, em dificuldade por conta da
> Operação Lava Jato, tem também tem passivo muito alto
> junto ao BNDES.
> Curiosamente, essas empresas
> falidas ou em dificuldade financeira conta com o apoio
> explícito do Lula. Não, Lula não é sócio dessas
> empresas como comentam, mas apenas intermediário nas
> operações de financiamentos e refinanciamentos. Digamos,
> que o Lula deve ter amealhado, no mínimo, R$ 5 bilhões em
> intermediações no BNDES. Claro, os depósitos estão nas
> contas contas nos paraísos fiscais, por orientação do
> Henrique Meirelles, principal executivo do
> JBS/Friboi.
> Ufa, consegui fazer o resumo do
> assunto complexo como este. Será que consegui fazê-los
> entender? Preocupa, não, se não entender o assunto na
> primeira leitura.
> O assunto é para quem tem
> vivência no mercado financeiro.
> Ossami Sakamori, Engenheiro
> Civil, Foi professor da Escola de Engenharia da Universidade
> Federal do Paraná.
> Atua no ramo de construção e
> mercado financeiro.
> Originalmente publicado no blog
> do autor.
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